Recentemente, em julho deste ano, a WIPO divulgou que a China ingressou nas top 20 economias mais inovadoras do mundo. A inovação é medida através do GII, índice mundial de inovação. Este índice se baseia em uma série de critérios tais como gastos com publicações científicas e educação dos países avaliados, assim como depósitos de pedidos de patentes.
Os países membros da WIPO, World Intellectual Property Organization, depositaram mais de três milhões de patentes em 2016, sendo que, cerca de um milhão e quatrocentos mil patentes concedidas, segundo relatório elaborado pela organização. O Brasil, por outro lado, teve cerca de 22 mil depósitos de pedidos de patentes analisados e 4 mil patentes concedidas no mesmo ano de 2016, segundo dados o relatório.
O mesmo relatório da WIPO afirma que apenas a Ásia recebeu mais de dois milhões de pedidos no ano de 2016, sendo que a maior parte deles ocorreu na China, com 1,3 milhão de pedidos e mais de 400 mil patentes concedidas, seguida por Japão e Coréia do Sul. No continente americano, os Estados Unidos depositaram o maior número de patentes, atingindo, em 2016, mais de 600 mil pedidos de patentes depositados e 303 mil patentes concedidas. O número de depósitos de pedidos na China em 2016 excedeu o número de depósitos dos EUA, da Europa, do Japão e da Coréia do Sul juntos, ou seja, o segundo, terceiro, quarto e quinto lugares.
O documento também revela um aumento muito expressivo de número de depósitos na China, de mais de 20% com relação à 2015, enquanto nos Estados Unidos houve aumento mais discreto de 2,7%.
As dez primeiras posições em depósitos de patentes são:
1. China
2. EUA
3. Japão
4. Coréia do Sul
5. Alemanha
6. França
7. Grã-Bretanha
8. Suíça
9. Holanda
10. Rússia
24. Brasil
Outra informação relevante contida no relatório da WIPO é o índice de pedidos de patente rejeitados ou abandonados. A Tailândia, por exemplo, teve apenas 10% de seus pedidos de patente concedidos entre os analisados pelo escritório nacional. Já o Brasil teve 19% de seus pedidos concedidos. No outro extremo temos países como o Japão onde 71% dos pedidos analisados foram concedidos.
Outra informação interessante do relatório é a respeito da estrutura dos escritórios dos países. Por exemplo, os Estados Unidos com seus 8279 examinadores analisaram cerca de 930 mil pedidos, concedendo 303049 patentes e rejeitando 484479.
Já o Brasil, no mesmo período, teve 22401 pedidos analisados por 201 examinadores, rejeitando 2371 e concedendo 4228.
Vale ressaltar que o número de patentes concedidas pelos escritórios ao redor do mundo dependerá não apenas do número de pedidos, mas também da estrutura de que dispõe para processá-los, dos procedimentos internos envolvidos, da perícia dos examinadores, etc. Sendo assim, é importante analisar os dados considerando as relevantes diferenças entre os escritórios.
Os Estados Unidos ocuparam a primeira posição no número de depósitos entre 1883 e 1963. O gráfico abaixo revela a variação de número de pedidos depositados nos cinco países líderes em número de depósitos.
Podemos ver que Japão passou os Estados Unidos em 1968, assumindo a liderança até 2005, quando volta a cair para o segundo lugar, sendo ultrapassado pelos Estados Unidos. O gráfico também revela que a China passa por um acentuado crescimento desde meados da década de 1990, ultrapassando o escritório europeu e sul coreano em 2005, Japão e Estados Unidos em 2010 e 2011, respectivamente, tornando-se líder mundial, desde então.
Fonte: WIPO
Christian Slaughter